quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Filho Pródigo ou Filho mais Velho?

Analisando o Texto supracitado, conseguimos entender uma história não incomum ao nosso cotidiano. Uma família seleta, aparentemente estruturada onde os conflitos internos sempre colocam as suas manguinhas de fora gerando suas incompreensões e dissabores, a história segue assim:
"Certo homem tinha dois filhos. O mais moço deles disse ao pai: Pai dá-me a parte dos bens que me toca. Repartiu-lhes, pois, os seus haveres. Poucos dias depois, o filho mais moço ajuntando tudo, partiu para um país distante, e ali desperdiçou os seus bens, vivendo dissolutamente "(Lc 15:11-13).

Sempre quando lemos a parábola do filho Pródigo em primeira instância entendemos que todos os problemas daquela família resumiam-se, no filho mais novo. Já ouvimos muitas mensagens pregadas sobre este texto e muitos abordam justamente á atitude do jovem rapaz, que, diga-se de passagem, foi um tanto quanto precipitada e imatura, porém, gostaria de enfatizar a atitude do Filho mais velho que na maioria das análises feitas sobre sua pessoa acaba saindo como o bom moço da história, aquele que ficou em casa com o pai enquanto o mais novo desperdiçava os bens nos prazeres da vida. A Palavra pródigo, segundo dicionário da língua portuguesa significa Esbanjador, Exagerado, foi justamente o cognome dado ao filho mais novo entendo que ele exagerou sim quando tomou a atitude de sair de casa para Esbanjar os seus bens, porém teve a humildade e a coragem de se arrepender e retornar a casa paterna (Lc.15:17-20), provavelmente algumas coisas influenciaram este jovem a sair de casa como por exemplo a Rotina do dia a dia, ou o desejo de conhecer o desconhecido, ou até mesmo a falta de comunhão e de um relacionamento fraternal de seu irmão. (grifo meu).
No decorrer da história, o pródigo resolve voltar para casa, depois de haver perdido tudo, seu dinheiro, seus “amigos”, porém não havia perdido a humildade de voltar, de pedir perdão, de reconhecer que errou, mas, está arrependido e disposto até a pagar o preço pelo erro que cometeu, e finalmente se reconciliar com o pai... Permitamos-me fazer aqui uma pausa nesta história e analisar quantos de nós já não fomos um Pródigo na vida, exagerados, esbanjadores, quantos já não saíram da casa paterna espiritual pensando que estavam fazendo um grande negócio, desperdiçando a sua herança com os prazeres do mundo. O Jovem da parábola tomou a decisão certa de arrepender-se e tomou coragem para voltar aos braços do pai, e você que talvez não voltou e continua frustrado é hora de tomar a sua decisão.
Quando o Jovem estava beirando o caminho de casa diz a bíblia que o seu pai o enxerga de longe (Lc. 15:20), todos os dias o velho pai se punha a porta de sua fazenda esperando o regresso do seu filho, quando o avistou foi uma cena realmente comovente:
“Levantou-se, pois, e foi para seu pai. Estando ele ainda longe, seu pai o viu, encheu-se de compaixão e, correndo, lançou-se-lhe ao pescoço e o beijou. Disse-lhe o filho: Pai, pequei conta o céu e diante de ti; já não sou digno de ser chamado teu filho. Mas o pai disse aos seus servos: Trazei depressa a melhor roupa, e vesti-lha, e ponde-lhe um anel no dedo e alparcas nos pés. trazei também o bezerro, cevado e matai-o; comamos, e regozijemo-nos, porque este meu filho estava morto, e reviveu; tinha-se perdido, e foi achado. E começaram a regozijar-se”.(Lc 15:20-24).
Mas mesmo com toda a alegria que tomara aquela casa, a festa preparada pelo pai ao filho que voltara, não foi tão apreciada pelo Irmão mais velho, pelo contrário, veja a expressão a seguir:
“Ora, o seu filho mais velho estava no campo; e quando voltava, ao aproximar-se de casa, ouviu a música e as danças; e chegando um dos servos, perguntou-lhe que era aquilo. Respondeu-lhe este: Chegou teu irmão; e teu pai matou o bezerro cevado, porque o recebeu são e salvo. Mas ele se indignou e não queria entrar. Saiu então o pai e instava com ele. Ele, porém, respondeu ao pai: Eis que há tantos anos te sirvo, e nunca transgredi um mandamento teu; contudo nunca me deste um cabrito para eu me regozijar com os meus amigos; vindo, porém, este teu filho, que desperdiçou os teus bens com as meretrizes, mataste-lhe o bezerro cevado. Replicou-lhe o pai: Filho, tu sempre estás comigo, e tudo o que é meu é teu; era justo, porém, regozijarmo-nos e alegramo-nos, porque este teu irmão estava morto, e reviveu; tinha-se perdido, e foi achado”.
A atitude do Filho mais velho foi de indignação, pois achava que seu pai não poderia agir com misericórdia para com o jovem, ficou terrivelmente transtornado com a maneira em que seu pai agiu com seu irmão, logo, cobrou de seu pai uma resposta devido a tantos anos de trabalho que ele prestava a ele mostrando ser um bom religioso, mas um mal companheiro. Infelizmente existem muitos Filhos mais velhos dentro de nossas igrejas, que não querem ver a projeção de seus irmãos, acham que porque fazem isso ou aquilo na casa de Deus possuem alguma vantagem e que o correto é sempre ele ser beneficiado e não os outros. São pessoas que em vez de ganharem almas para o reino de Deus acabam expulsando os filhos mais novos da Igreja com sua falta de carinho e amor fraternal. O Filho mais velho cobrou do Pai uma festa que nunca havia sido feito para ele, porém, o Pai respondeu: “Filho tudo que eu tenho é teu”. Isso mostra que o Filho mais Velho morava com o pai, estava sempre com o pai, mas não tinha comunhão e nem intimidade com pai, ou seja, Tinha tudo que era do pai porém, não compartilhava das bênçãos do pai. São aqueles que estão na casa de Deus, mas não recebem vitória, pois seus interesses são meramente terrenos e carnais, esquecendo-se que o mais importante de tudo é buscar o Reino de Deus e sua Justiça, e as demais coisas vos serão acrescentadas (Mt 6:33).
Oremos para que a Síndrome do filho mais velho seja neutralizada em nossas igrejas e que muitos filhos pródigos tenham a alegria de retornar a casa paterna”.


Naquele que venceu a morte e o inferno;
Seu conservo;
Por Ev. Anderson Araújo.