sexta-feira, 21 de maio de 2010

A relaçao entre a Lei e a Graça.


Um dos pontos principais que enfocaremos neste artigo se refere a um conceito existente na igreja há centenas e centenas de anos, onde se diz: “estamos debaixo da graça e não debaixo da lei”. Realmente podemos encontrar este versículo na Carta de Paulo aos Romanos (Rm 6:14). Mas, este versículo tem sido interpretado erroneamente pelos pais da Igreja de Roma, o qual vem perpetuando no meio cristão até nos dias de hoje. Alguns crêem, por incrível que pareça, que o Antigo Testamento é um livro de lendas e história de Israel. O pior é que muitos usam ou citam este versículo como se fosse um “passaporte” para o crente fazer quase tudo o que deseja. Agem como se a graça de Jesus abrisse todas as portas quanto aos “antigos” mandamentos, estatutos ou ordenanças dados por Deus.

Pensamentos como, se estamos debaixo da graça não há fronteiras ou limites que nos cercam. Como por exemplo, pode-se comer tudo o que se deseja de modo irrestrito; tem-se sempre o pronto perdão de Deus para as falhas e pecados, não gerando conseqüências para aquele que crê. Afinal, podemos trabalhar o tanto, como e quando quisermos, relacionar com quem quisermos, comer com quem quisermos, sentar com quem quisermos, participar e se envolver intensivamente na sociedade e com as coisas mundanas, relacionar intimamente com a esposa de modo irrestrito, criar filhos e educá-los sem os impor limites e punições, enfim, estamos na graça e “livres” de qualquer lei que nos oprime, incomoda ou nos aborrece. Lei é para os desobedientes judeus ou para aqueles que buscam para si um peso ou um neurótico estilo de vida, dizem alguns cristãos. Afinal, “Estamos ou não debaixo da graça e não debaixo da lei”? Será que Paulo anulou a lei que Jesus não aboliu ( Mt 5:17) quando citou este versículo? Não é difícil perceber que o contexto que Paulo aqui se refere, como judeu zeloso e cumpridor da lei ( At 25:8;28:17), não é que a graça de ser salvo anulou a lei, mas sim, aquele que teve a experiência do novo nascimento em Cristo, ou seja, a natureza do pecado que habitava em nós deu lugar ao Espírito de Deus, não estando mais sob o jugo da lei do pecado ( natureza do pecado), que oprime, amarra e destrói o homem, o separando de Deus. Uma coisa é entender o legalismo da lei a outra é viver sob os princípios da lei. Se este versículo continua sendo entendido erroneamente pelos cristãos, então, é melhor que estes cristãos risquem todas as cartas de Paulo, os escritos dos profetas e toda a Torá de suas Bíblias, pois, encontramos nas Escrituras os inefáveis benefícios da lei, a qual o próprio Paulo como salvo em Yeshua (Jesus) se refere a ela chamando-a de santa, justa e boa e que nela se encontra prazer (Rm 7:12;22); Ele disse isto não só porque ele era um judeu zeloso, mas sobretudo, porque os gentios também deviam ter consciência que a lei é santa, justa e boa, como escrito no verso 12 da sua carta endereçada aos Romanos. Agora, um judeu não messiânico ou qualquer pessoa fora da graça salvadora que só guarda a lei, ou parte da lei, desprezando ou desconhecendo a graça, não estaria cumprindo o pleno propósito de Deus. Aqui está o erro: - parar na lei e desconhecer Jesus, a maior graça de Deus. Devemos, então, abolir frases como “não temos nenhum compromisso com a lei”, “Cristo nos resgatou dessa maldição ou a lei é para judeus e a graça de Deus é para os crentes” ou ainda “ o fim da lei é Cristo” no sentido que Ele terminou com a lei, etc. são conceitos mal interpretados que irão cada dia mais afastar a Igreja do verdadeiro propósito, distanciando-a ainda mais de suas raízes bíblicas e judaicas e, principalmente, de Israel e de seu povo que ainda precisam ser salvos, reconhecendo Yeshua como o seu esperado Messias.

Em II Tm 3: 16,17 lemos: “Toda Escritura é divinamente inspirada e proveitosa para ensinar, para repreender, para corrigir, para instruir em justiça...”. Ora, que Escritura é esta a que Paulo se refere? Naquela época não existia ainda o que se chama de Novo Testamento. Assim, a expressão “Toda Escritura” se refere obviamente ao Antigo Testamento, ou seja, a Torá (o Pentateuco de Moisés), os profetas (Niviim) e os santos Escritos (Ketuvim). Este conjunto de livros é chamado pelos rabinos de Tanach ( ou Tanak) que é um acróstico formado pela abreviação das primeiras letras das palavras Torá, Niviim e Ketuvim. Há um mal costume dos primórdios da Igreja de chamar a Tanach de Velho ou Antigo Testamento, dando a entender que existe um novo e que o velho se tornou fora de uso ou obsoleto. Mas, sabemos que isto não é verdadeiro, pois o que Deus inspirou é santo, bom, justo, fiel e válido para hoje e para sempre.

Mas, o que é então a graça de Deus?

Esta palavra no hebraico é “Hessed” ( dsj ), pode também ser traduzida como o amor de Deus, a misericórida e até mesmo pelo perdão de Deus. A palavra graça no conceito hebraico ainda inclui o conceito de perdão de uma dívida, onde o credor usa de uma graça para abater parte de uma dívida. Por exemplo, se uma pessoa deve R$100 a alguém e este resolve perdoar R$80,00, a dívida passa a ser somente de R$20,00. A parcela perdoada é que se chama de “graça”.

Qual seria, então, a maior graça de Deus? A maior graça é crer em Yeshua como filho de Deus, ser salvo e alcançar a vida eterna através Dele. Ou seja, Deus enviou seu Filho como graça para quitar nossa dívida. Mas, o fato de ser salvo pela fé no sangue de Yeshua que me purifica de todos os meus pecados não torna a lei inválida. Pois, se eu nego a lei, estou negando o pecado. Não é a transgressão da lei o pecado? Se eu nego o pecado, eu nego a morte e,como conseqüência, a necessidade da morte de Yeshua que traz vida, e vida em abundância. O próprio Yeshua disse em Mt. 5:17 – “ não pensais que vim revogar a lei ou os profetas, não vim para revogar, vim para cumprir”. Se ele tivesse anulado a lei estaria negando a si mesmo.

Muitos cristãos também acham que a graça foi inventada no Novo Testamento. Mas, esta palavra, Hessed (graça) já aparece nos primeiros livros da bíblia. Não seria, por exemplo, a criação do homem a manifestação da graça de Deus? O cuidado na preparação de um lugar para colocar o homem, criar o sol, as estrelas, os astros para enfeitarem a sua noite, não seria a manifestação de sua graça? Quando o homem caiu em Gn.2:15 vemos a manifestação da graça de Deus ao prover, ainda no jardim, a promessa da vitória sobre o mal, através de Yeshua? Tudo o que Deus fez foi pela sua graça, pelo seu amor incondicional.

Se observarmos a natureza em seus mínimos detalhes – as plantas com seus tons variados, o ciclo da natureza, o mover dos astros em suas definidas órbitas – tudo isso não seria a manifestação da graça de Deus? A multiplicação das sementes, os frutos não são todos resultantes da graça de Deus? Quando Deus coloca o homem no jardim e cria para o homem o trabalho (o cultivo do jardim) não é essa manifestação da graça de Deus? Isso é muito bonito e profundo!

É interessante ver no hebraico a palavra usada para designar o trabalho. A palavra “abad” (db[) significando trabalhar (produzir algo) para louvar a Deus. Observe que é o ato de trabalhar deveria ser uma forma agradável de produzir algo, glorificando o Criador de todas as coisas, pois afinal, o homem foi criado para refletir a Sua imagem e semelhança. Mas, pode haver um outra pessoa que trabalha sob pressão ou amaldiçoando ou murmurando. Neste caso, a palavra que se usa na língua hebraica é a mesma grafia, mas com pronúncia diferente. Se diz “ebed” (db[), significando trabalhar sob pressão, trabalho penoso ou trabalho escravo. Isto nos induz que conceito da graça de Deus nos conduz a sabedoria de viver no livre-arbítrio. As coisas tem propósito neutro, quem define o lado bom ou o lado mau somos nós mesmos.

É maravilhoso ver o que Deus preparou para o homem. Deus queria o homem produzindo algo, criando, transformando idéias e planos em algo real, concreto como uma maneira de adorá-lo.

A graça de Deus sempre atuou em toda a história do povo judeu. Não foi a graça de Deus que livrou os hebreus das pragas do Egito? Quem teria aberto o mar Vermelho se não a graça de Deus? Quem teria feito de um simples pastor chamado David um vitorioso guerreiro que derrotava gigantes? No livro de Salmos vemos em várias passagens que reconhecem a multi-graça de Deus sobre sua vida e de seu povo(Sl. 90:17).

Só se entendemos a graça de Deus derramada no “Antigo” Testamento podemos entender At. 15:11 – “Mas cremos que fomos salvos pela graça de Deus...”. Qual graça? A mesma presente desde a criação do homem. A graça de Deus enviou Seu filho Yeshua, para morrer como pecador, para pagar todos os nossos débitos. Todo aquele que peca é devedor, seu fim é a morte. Mas pela graça de Deus nossos débitos, por falharmos em cumprir Sua lei, são quitados por Yeshua. Isto não significa que a lei não é mais válida. Toda a graça de Deus converge para a pessoa de Yeshua.

Nos parágrafos anteriores relacionamos a palavra graça com a lei e com a palavra trabalho, mas vamos encontrar na bíblia a correlação com a glória de Deus. Em Romanos (3:23,24) diz: – “Pois todos pecaram e estão destituídos da glória de Deus, sendo justificados gratuitamente, por sua graça, mediante a redenção que há em Cristo Jesus”.

A palavra glória no hebraico é “Kavod (dbk) e que significa peso". O peso de Deus é Ele mesmo, sua essência, Seu Espírito. Então, o pecado tira de mim a essência de Deus, e me coloca “pesado de mim mesmo”. Para desfrutar da glória de Deus tenho que despir de minha própria glória. A minha glória, o meu eu, tem que ser colocado no “misbeah” (jbzym), ou seja, no altar, que é lugar de morte da natureza adâmica ou do pecado. No altar de sacrifício é que posso despojar do velho homem e encher-me da essência de Deus. Só aí, então, vou ser cheio da glória de Deus, do Seu conhecimento, recebendo capacitação e direcionamento Dele e, sobretudo, o Seu perdão.

Agora podemos ver algo maravilhoso – apesar de termos sido salvos pela maior graça, que foi o sacrifício de Yeshua, precisamos da lei para nos conduzir, capacitar, orientar, nos ensinar, nos adestrar, nos corrigir. Por quê? Porque Yeshua é a Palavra, o Verbo, a Lei que fala e trata do pecado.

Imaginemos que agora o governo quer dar a graça aos adultos brasileiros de todos possuírem a carteira de habilitação. O fato de possuir a carteira não isenta ninguém de observar as leis de trânsito, não é mesmo? Da mesma forma, uma vez remido pelo sangue de Yeshua e não podemos simplesmente esquecer toda a lei. Ao contrário, a redenção em Yeshua traz a cada um de nós maior peso de responsabilidade na observância da vontade de Deus. Só damos o devido valor a graça se conhecemos a lei e sua conseqüência. Na lei de Moisés era pecado o adultério (Dt. 5:18). Que diz a graça em Yeshua? – “ Se Olhar para uma mulher com uma intenção impura, no coração, já adulterou com ela” (Mt. 5:28). Na graça, o ódio ao irmão é semelhante ao homicídio. Vemos, então, que a graça embora seja recebida e dada pela fé e de graça, nos exige que andemos num nível e numa qualidade de vida muito mais alta que a lei. Mas, a lei é boa, pois ela nos delimita, marcando até onde podemos chegar. Em outras palavras, a lei nos estabelece limites e nos preserva e previne de conseqüências danosas.

Muitos cristãos dos dias atuais passam por cima de muitos mandamentos de Deus, alegando estar debaixo da graça e não sob o jugo da lei. Mas, a lei não foi anulada como foi dito! Imagine que no nosso exemplo didático, as leis de Deus são comparadas como às leis da placas de trânsito que orientam os motoristas. Estas placas (leis) são sinais de alerta de direcionamento e de orientação que nos levam em segurança ao nosso destino final. Temos a graça de dirigir, mas a lei nos conduz para não sairmos da estrada e não errarmos o alvo. Está em Yeshua é estar na graça (no caminho certo), mas agora temos que caminhar pela a estrada do mundo, a aí então é que precisamos da lei. Há uma única maneira de ser salvo: – crer no sacrifício e no sangue de Yeshua. Nada mais que façamos nos reconecta com Deus. Mas a lei existe para nos direcionar em nossa caminhada caminha, nos alertando que devemos guardar e permanecermos na plena graça e misericórdia divina. Na carta de Paulo aos Gálatas ( 3:24) diz que a lei nos serviu de aio para nos conduzir a Cristo. O aio é aquele instrui que direciona. Somente entendendo a lei temos o entendimento do que é a graça. Muitos dos chamados “crentes desviados” estão nessa situação porque não deram a devida importância à graça, que só é possível de conhecermos se atentamos à lei, aos mandamentos, aos estatutos e as ordenanças de Deus. A graça disponível em Yeshua não pode ser usada como um passaporte para o pecado. A liberdade em Yeshua é plena da responsabilidade de obedecer aos mandamentos, estatutos e ordenanças de Deus, que são tipos de lei. Lei é uma palavra genérica na língua hebraica ( Dat - td ).

No Salmo 19:7 a lemos “ A lei do Senhor é perfeita e restaura a alma”. Assim, podemos entender que a lei também existe para as áreas não restauradas de nossa alma. O salmista diz: “Agrada-me fazer a tua vontade, o Deus meu; a tua lei está dentro do meu coração.” A vontade de Deus está expressa na sua palavra. A lei é muito mais prática do que pensamos, como por exemplo, ela lida com problemas comuns, como: a quem emprestar dinheiro, como indenizar alguém por algum dano causado, como preservar o direito de propriedade, como proteger a vida, a saúde, o patrimônio, o sucesso, a maneira de pensar, de se relacionar com o próximo, etc. Um outro bom exemplo é entender a lei judaica do dízimo. É ela uma lei para os judeus? Sim. Ela está citada como estatuto no Antigo ou no Novo testamento? No antigo Testamento. E por que, então, a igreja de hoje pratica a lei do dízimo se é uma lei do Antigo Testamento? É porque dízimo é uma benção, se dou dízimo, reconhecendo que Deus é quem tudo me dá, sou abençoado com a prosperidade, sendo bem sucedido naquilo que fazemos. Nesta lei encontramos o princípio da semeadura e da colheita. Se dou, recebo muito mais. Temos que ser francos ao afirmar que não é sensato só escolhermos aquilo que nos agrada no Antigo Testamento e anularmos as outras ordenanças e estatutos. Se entendemos o dízimo como benção, por que não observamos e buscamos outras leis que abençoam nossa saúde, nossa vida familiar, nossa vida profissional, sentimental, o relacionamento com nosso próximo e tantas e tantas outras leis que foram criadas com o propósito de nos abençoar? Os crentes não devem se esquecer que em Cristo foram enxertados na Oliveira que é o Israel salvo de Deus. Assim, como enxertados eles podem livremente participar de todas as bênçãos e promessas dadas por Deus ao povo de Israel. Paulo diz que os gentios podem participar da mesma seiva da oliveira ( Rm 11;17)

Paulo diz claramente em sua carta aos Romanos evidentemente para os crentes romanos: ...”De modo que a lei é santa, e o mandamento é justo e bom...”( Rm 7:12)

No livro de Provérbios está escrito: “ Filho meu, atenta para as minhas palavras, aos meus ensinamentos inclina os ouvidos, não os deixe aparta-se dos teus olhos, guarda-os no mais íntimo do teu coração, porque são vida para quem os acha e saúde, para o corpo”.(Pv 4:20-22). Onde estão os ensinamentos e as palavras ditas no livro de Provérbios? Na lei. A lei nos traz saúde para nosso corpo. Ela nos ensina a controlar, por exemplo, a alimentação para nos dar melhor qualidade de vida, como já dito anteriormente.

Pv. 28:7 diz: “O que guarda a lei é filho prudente, mas o companheiro de libertinos (comilões) envergonha a seu pai.” É falta de sabedoria comer de modo desenfreado. Pv. 29:18b : “ o que guarda a lei é bem aventurado”. Se sigo o que D’us ordena sou muito mais que feliz e preservo ainda mais a graça de crer em Yeshua.

Tudo isto com um objetivo claro: tornar o homem perfeito e perfeitamente capacitado para toda boa obra. Esse é o padrão de D’us para nossas vidas.

Pv. 28:9 diz: “o que desvia os ouvidos de ouvir a lei, até sua oração será abominável”. O atender a lei de D’us nos faz aptos a ter a oração respondida.

Percebemos pelo curso dos acontecimentos que a igreja de Yeshua, espalhada pelas diversas denominações, deve voltar para o estudo da Torá que quer dizer instrução, ensino da Palavra, da Lei de D’us.

Evidentemente, dispensamos comentários quanto às leis sacrificiais que o próprio Yeshua cumpriu morrendo na cruz como sacrifício vivo por nós, e também de certas leis circunstanciais ou específicas que valeram somente para aquela época de travessia no deserto, como por exemplo: certas regras quanto à higiene, alimentos perecíveis, pois não havia sabonetes e nem geladeiras ou freezers. Mas, as leis morais, éticas, familiares e de qualidade de vida, por exemplo, estão mais do que vivas e válidas para os dias de hoje.

Mais uma vez vamos frisar: a lei em si não salva, a salvação é pela graça, mas a lei me capacita a viver no padrão de Deus, mostrando a todos os limites e delimitações até onde podemos chegar dentro da justiça e misericórdia de Deus.

Que o Eterno nos abra a cada dia a visão e o entendimento para examinarmos as Escrituras !!!


"Nele que cumpriu a lei e nos proporciona a graça"

Ev. Anderson Araújo.

Fonte de Pesquisa: Estudos bíblicos Café Torah (Judaísmo Messiânico).

quarta-feira, 5 de maio de 2010

A Nação Escolhida por Deus.




ISRAEL

Seu nome significa 'venceu com (Yisrah) D'us (El)', em hebraico. Israel é também o segundo nome do patriarca Jacó, cujos descendentes, na tradição hebraica, são chamados bnei Yisra'el, 'filhos de Israel'.O registro histórico mais antigo que se conhece sobre o nome Israel está mencionado na Estela de Merneptah (num poema dedicado ao faraó Merneptah), em que o nome é associado a um povo, mas não a uma localização geográfica. Ao que se sabe, o Povo de Israel surgiu de grupos nômades que habitavam a Mesopotâmia há cerca de cinco mil anos.
No fim do século XVII a.C., este povo foi atacado e escravizado pelos egípcios. Após o fim do cativeiro no Egito, os hebreus vagaram pela região da Península do Sinai até que reconquistaram, sob o comando do rei Saul, uma parte de seu território original, as terras de Canaã, por volta de 1029 a.C.. Saul foi sucedido por David, em torno do ano 1000 a.C., que expandiu o território de Israel e conquistou a cidade de Jerusalém, onde instalou a capital do seu reino. Israel alcançou seu apogeu durante o reinado de Salomão, entre os anos 966 a.C. e 926 a.C.. Porém, pouco depois do fim do reinado de Salomão, Israel foi dividido em dois: a Norte, o Reino das Dez Tribos, também chamado de Reino de Israel, e ao Sul, o Reino das Duas Tribos, também chamado de Reino de Judá, cuja capital ficou sendo Jerusalém - do nome Judá nasceram as denominações: judeu e judaísmo. Entretanto, o território dos judeus foi sendo conquistado e influenciado por diversas potências de sua época, entre elas: assírios, persas, gregos, selêucidas e romanos.
Em 586 a.C. o imperador Nabucodonosor invadiu Jerusalém e obrigou os israelitas ao exílio. Levados à força para a Babilônia, os prisioneiros de Judá e Israel passaram cerca de 50 anos como escravos sob o domínio dos babilônios. O fim do Primeiro Êxodo possibilitou a volta dos israelitas a Jerusalém, que foi reconstruída. Mais tarde, os romanos invadiram e dominaram a região e estabeleceram que o reino judeu seria seu protetorado. A primeira grande revolta contra o domínio romano e sua intromissão nos assuntos religiosos se iniciou no ano 66 e durou até 70 d.C., quando o general Tito invadiu a região e destruiu Jerusalém e o seu Templo. A região então foi transformada em província romana e batizada com o nome de Provincia Judaea. A segunda e última rebelião contra os romanos foi a Revolta de Bar Kochba. A rebelião foi esmagada pelo imperador Adriano em 135 d.C. e os judeus sobreviventes foram feitos escravos e expulsos de sua terra, na chamada 'diáspora'. Naquele mesmo ano, Adriano rebatizou a Provincia Judaea para Provincia Siria Palaestina, um nome grego derivado de 'Filistéia' como tentativa de desligar a terra de seu passado judaico. A Mishná e o Talmude Yerushalmi (dois dos textos sagrados judaicos mais importantes) foram escritos na região neste período.
Depois dos romanos os bizantinos e posteriormente os muçulmanos conquistaram a Palestina em 638. Seu território foi controlado por diferentes Estados muçulmanos ao longo dos séculos (à exceção do controle dos cristãos cruzados, no Século XI) até fazer parte do Império Otomano, entre 1517 e 1917. O sionismo (termo derivado de Sion, nome de uma colina da antiga Jerusalém), surgiu na Europa em meados do século XVII. Inicialmente de caráter religioso, pregava a volta dos judeus à Terra de Israel, como forma de se proteger sua religião e cultura ancestral. Entre os séculos XIII e XIX o número de judeus que fizeram aliá (ato de um judeu imigrar para a Terra Santa) foi constante e sempre crescente, estimulado por periódicos surgimentos de crenças messiânicas e de perseguições anti-judaicas. Estas perseguições tinham quase sempre um caráter político-religioso. Os judeus que retornaram à Palestina se estabeleceram principalmente em Jerusalém, mas também desenvolveram significativos centros em outras cidades nos arredores. Os judeus já eram a maioria da população de Jerusalém no ano de 1844, convivendo com muçulmanos, cristãos, armênios, gregos e outras minorias, sob o domínio turco-otomano. A estes migrantes religiosos foram se juntar os primeiros migrantes seculares a partir da segunda metade do século. Eram em geral judeus da Europa Central e adeptos de ideologias socialistas. Porém, o sionismo moderno - fundado por Theodor Herzl, a partir de 1896 - aos poucos foi ganhando peso entre os judeus de outras partes do mundo. Começaram então novas ondas de imigrações judaicas para a província palestina, com os que lá chegavam adquirindo terras dos árabes e estabelecendo colônias e fazendas coletivas (Kibutsim).
A escolha da causa sionista pelo território da então província palestina derivava de todo o significado cultural e histórico que a antiga Israel bíblica possuía para o povo judeu. Os sionistas defendiam a criação de um estado judaico em todo o território original de Israel, o que incluiria hoje a atual Jordânia, embora propostas de cessão de territórios na Patagônia, no Chipre e em Uganda tenham sido estudadas.Ao término da Segunda Guerra Mundial, com a Europa destruída e os sentimentos anti-semitas ainda exaltados, milhões de judeus de todo o mundo se uniram aos sionistas na Palestina. Mas a política de restrição à imigração judaica foi mantida pelo Mandato Britânico. Como forma de burlar as determinações inglesas, grupos militantes judaicos sionistas procuravam infiltrar clandestinamente o maior número possível de refugiados judeus na Palestina. Enquanto isso, retomavam os ataques contra alvos britânicos e repeliam ações violentas dos nacionalistas árabes. Como as pressões foram se avolumando, a Grã-Bretanha decidiu abrir mão da administração da Palestina e entregou a administração da região à Organização das Nações Unidas (ONU).O aumento dos conflitos entre judeus, ingleses e árabes forçou a reunião da Assembléia Geral da ONU, realizada em 29 de novembro de 1947 e presidida pelo brasileiro Osvaldo Aranha, que decidiu pela divisão da Palestina Britânica em dois estados, um judeu e outro árabe, que deveriam formar uma união econômica e aduaneira. A decisão foi aceita pela maioria das lideranças sionistas, embora tenha recebido críticas de outras organizações, por não permitir o estabelecimento do estado judeu em toda a Palestina. Mas a Liga Árabe não aceitou o plano de partilha. Eclodiu então um conflito armado entre judeus e árabes.
Em 14 de maio de 1948, algumas horas antes do término do mandato britânico sobre a Palestina, David Ben Gurion assinou a Declaração de Independência do Estado de Israel. Em janeiro de 1949, Israel realizou suas primeiras eleições parlamentares e aprovou leis para assegurar o controle educacional, além do direito de retorno ao país para todos os judeus. No período entre a Declaração de Independência e a Guerra de Independência, Israel recebeu cerca de 850 mil imigrantes, em especial sobreviventes de guerra e judeus oriundos dos países árabes (Sefaraditas e Mizrahim). A Guerra dos Seis Dias (de 5 a 10 de junho de 1967) gerou uma onda de anti-judaísmo nos países sob a esfera de influência soviética. Os judeus da União Soviética eram proibidos de deixar o país, mas a partir de 1969 a reivindicação dos judeus soviéticos pelo direito a imigração possibilitou um ligeiro incremento no número destes em Israel. Na Polônia, em 1967, mais de cinco mil judeus imigraram. Até 1973, ano da Guerra do Yom Kippur, 260 mil judeus desembarcaram em Israel, a maioria de países socialistas. Atualmente Israel vive um intenso conflito armado contra seus vizinhos árabes, e mesmo assim sua economia floresce.

(extraído de http://www.ibge.gov.br/paisesat/main.php)

Soli Deo Glória;

Ev. Anderson Araujo.